quinta-feira, 10 de julho de 2014

Auditores suspeitam de corrupção em obras da refinaria Abreu e Lima

De acordo com o TCU, o superfaturamento nas obras de Abreu e Lima ultrapassa R$ 1,1 bilhão (Reprodução/UOL)

Do Opinião & Notícia

Relatórios elaborados por auditores internos da Petrobras revelaram que a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, contou com projeções de lucro acima do mercado, favorecimento em licitações, contratações sem concorrência e sem disputa e pagamentos a mais a empreiteiras.

Os relatórios foram feitos entre 2011 e 2014 e apontam possíveis irregularidades em um projeto cujo orçamento subiu de R$ 2,3 bilhões para R$ 20 bilhões, valor estimado até a conclusão das obras, em novembro deste ano. De acordo com o Tribunal de contas da União (TCU), o superfaturamento de Abreu e Lima ultrapassa R$ 1,1 bilhão.

Um dos relatórios feitos pela auditoria aponta para um lucro indevido projetado pelo Consórcio Alusa-CBM, responsável por um contrato de R$ 651,7 milhões. O consórcio estimou um lucro de 12% para implantar a unidade da carteira de enxofre da refinaria. Os auditores compararam o lucro com o estimado por 14 grandes construtoras. Todas elas apresentaram uma margem de lucro de 7%.


Outro relatório aponta para a contratação suspeita da Alusa. Segundo os auditores, a construtora foi contratada por R$ 921 milhões para implementar a casa de força da refinaria. Contudo, a Alusa não atendia aos requisitos expressos no edital de licitação. Além disso, a empresa só conseguiu participar do concurso de licitação após enviar um email a um gerente da área de engenharia.

Também há suspeita em relação ao processo licitatório da Jaraguá Empreendimentos, acusada na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, de repassar recursos para empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef. Segundo o relatório, a empresa venceu uma concorrência de R$ 13,3 milhões para fornecimento de equipamentos de energia da qual nenhuma outra empresa participou.

Irregularidades também foram constatadas no contrato da R$ 2,7 bilhões com o Consórcio Ipojuca. O contrato teve um reajuste antes do previsto e, segundo os auditores, houve um “desembolso indevido de R$ 6 milhões”. O relatório também critica o aumento de itens e a manutenção do preço unitário, que levou a um acréscimo de R$ 240 milhões. Além disso, o consórcio deveria ter instalado um sistema de tratamento de efluentes que nunca foi feito, mas implicou em um custo adicional de R$ 15 milhões.

Fontes: O Globo-Abreu e Lima: Auditorias apontam favorecimento a empreiteiras na obra da refinaria

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